Consulta com o obstetra/ginecologista do dia 20 de fevereiro e definimos que depois do Cardio toco e Ultrassom que eu marcaria para o próximo sábado (24/02), definiríamos a data da cesária, afinal já fecharia a 42 semana e não seria prudente nem saudável para mim esperar mais.
Dessa vez fui acompanhada da sogra e da minha mãe e sai da consulta chorando pelo medo de ter que passar pela cesária.
Não acho que seria menos mãe ou que seria errado fazer a cesária, mas eu sei bem como são minhas recuperações cirúrgicas e não estava feliz de ter que passar por aquilo. Sou ansiosa e agitada, e o repouso é algo que me assusta. Quem me conhece e convive comigo sabe! Exames agendados para sábado dia 24 logo cedo, muita conversa com o marido para me acalmar, muitos exercícios e alimentos que eu tinha conhecimento de ajudava no inicio do trabalho de parto... e nada. Na madrugada do dia 23 (sexta-feira) acordo várias vezes para ir ao banheiro com dores na barriga, mas nada acontecia, as dores iam e vinham, e isso me lembrou o que senti no inicio do trabalho de parto do Matteo (sendo sincera, demorei para acreditar que poderia mesmo ser as contrações). As 6 da manhã vejo meu marido levantar e levanto junto. Antes que ele se trocasse para ir trabalhar eu disse: "Acho melhor você não ir trabalhar hoje pois acho que estou tendo contrações". E começamos a monitorar as dores... contrações de 5 em 5 minutos com duração curta. Mandei Whatsapp pro meu obstetra e combinamos de nos encontrar no hospital. Com calma e paciência, arrumamos tudo, deixei o Matteo e minha sogra na casa de minha mãe o fomos só nós 2 para o hospital. Fiquei aflita de leva-los e o trabalho de parto demorar. Criança muito tempo dentro de hospital/maternidade não é legal. As dores aumentavam de intensidade no caminho até o hospital (e ainda erramos, o que aumentou em uns 20 minutos o trajeto), mas estava suportável. Chegamos ao São Luiz Itaim e fomos prontamente atendidos pela recepção e logo fui para triagem. Lá constatamos que eu estava com 5 cm de dilatação e as contrações estavam super ritmadas. Partiu sala de parto (a sala de parto normal se chama delivery)!
Logo que cheguei o obstetra estava me esperando. conversamos e ele disse: "Vou fazer uma cesária na sala do lado e em seguida volto para te ajudar a fazer esse mocinho nascer!"
Já na sala de parto, eu fiquei na bola fazendo exercícios, conversando com o marido, ouvindo música... As dores foram aumentando... Mas tudo sob controle. Enfermeira entra na sala e pergunta se pode ver como está a evolução, e estávamos em 6,5 ainda. Ela informa o obstetra que me sugere ir para a banheira para melhorar as dores e eu relaxar, ele ainda estava fazendo a cesária. Marido ficou com inveja mas não saiu do meu lado em nenhum momento. Entro na banheira e em 30 minutos as dores aumentaram muito, eu já não estava aguentando mais e pedi a anestesia, como havia sido no parto do Matteo.
Nesse momento as dores estão fortes o suficiente para eu gritar MUITO a cada contração. As enfermeiras chegam e eu digo que não aguento mais as dores, que estão muito mais fortes do que havia sentido no nascimento do Matteo, e elas me dizem: Vamos ver como está a evolução, pois faz pouco tempo que a senhora entrou na água e estava somente 6,5, o melhor é fazer anestesia após os 8 cm.
Eu Grito! Saio da banheira com MUITA dificuldade e com dores fortíssimas... a cada contratação eu pensava: Por que eu não fui ser freira???!!!
Deito na maca para elas poderem me examinar. Enquanto uma me examina a outra diz que iria avisar o obstetra. Quando abro as pernas uma delas grita: Manda o doutor vir já pra cá! Nesse momento eu tenho uma contração muito forte e uma vontade imensa de fazer força... BUUUUUUM! A bolsa estourou, e parecia uma bexiga estourando... foi água para todos os cantos!!!
As enfermeiras se olham e... mas uma contração... vontade fortíssima de fazer força... PLOFT! Sai a cabeça do pequeno Enrico... Medico não está nas sala, enfermeiras colocando as luvas as pressas...
Mais uma contração em seguida, muito força e... PRONTO!
Passou... Passou tudo... dores, contrações, ansiedade...
Enrico nasceu!
Nasceu de parto NATURAL! Nasceu como ele quis, na hora que ele quis e nas mãos de quem ele quis! Sem cortar o cordão umbilical ele veio para meu colo e em seguida para meu peito... O obstetra chegou para finalizar o que havíamos começado.
Marido está paralisado e emocionado, me beija e diz: Você conseguiu! Você conseguiu!
Foi mais fantástico do que eu idealizei, muito mais emocionante. Foi um lindo e emocionante encontro.
Todo meu plano de parto foi respeitado e isso me deixou muito segura. Só tenho a agradecer as enfermeiras do hospital São Luís.
Tivemos Luz baixa em todo trabalho de parto e no nascimento, Enrico veio direto para meu colo e pro meu peito, cordão umbilical cortado somente após parar a pulsação, todos exames feitos na minha frente, primeiro banho depois de 24hs e no quarto, Enrico ficou 100% do tempo comigo e não no berçário do andar.
Agradecemos a Deus pela saúde dos nossos filhos e pela oportunidade de viver esses 2 nascimentos tão diferentes e tão intensos, 2 lindos partos.
